“NÃO HÁ BOLHA IMOBILIÁRIA”, DIZ PRESIDENTE DO SECOVI


Não existe bolha imobiliária no Brasil, voltou a afirmar o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Claudio Bernardes.
Em encontro promovido nesta terça-feira na sede da entidade para o lançamento da cartilha Compra Consciente, um manual criado para auxiliar o comprador de imóvel residencial, Bernardes discorreu sobre o mercado imobiliário, defendendo que o aumento de preços dos imóveis nos últimos anos deve-se a um ajuste nos patamares de preços, devido a mudanças no cenário econômico do País.
“Uma bolha se caracteriza pelo aumento de preços dirigidos não por fatores econômicos, como regras normais de flutuação de mercado ou uma matriz consistente de custos, mas sim pela simples expectativa de aumento de preços no futuro”, disse o presidente aos participantes do mercado presentes no evento.


Segundo Bernardes, não há no Brasil  presença forte de investidores desinformados, interessados em comprar imóveis para fins de especulação. “Grande parte dos imóveis novos é comprado com uso de financiamento. Na Caixa, dona da maior carteira nesse segmento, 71,5% dos clientes está adquirindo o primeiro imóvel. Quer dizer, não são especuladores.”
Ele também ressalta que não há, no mercado, indicações de que o crescimento da demanda é transitório, o que poderia causar um desajuste entre demanda e oferta causando, assim, alguma distorção. Nos últimos dez anos, segundo ele, raras foram as ocasiões nas quais a curva de ofertas de imóveis se afastou da curva de vendas. “Projeções indicam que nos próximo dez anos o mercado terá de produzir 23 milhões de unidades, ou seja, 1,9 milhão de unidades por ano. Hoje a capacidade de produção está em 1,1 milhão”, diz.
A baixa representatividade dos financiamentos em relação ao PIB e à austeridade do modelo dos financiamentos também são fatores que afastam a possibilidade da formação de uma bolha. “No Brasil, o volume de financiamento fica em 5,9% do PIB. Nos EUA esse índice corresponde a 76,5%. Então, nesta conjuntura, um espirro no mercado imobiliário é sinal de uma pneumonia.”
Por fim, Bernardes diz que descontada a inflação medida pelo INCC nos últimos dez anos, a alta nos preços dos imóveis fica na casa dos 30%. E afirma que mesmo a renda da população não tendo crescido tanto quanto os preços a evolução dos mecanismos de financiamento não deixou o poder de compra do consumidor diminuir. “Um imóvel comprado em 2002 por R$ 148 mil hoje valeria R$ 416 mil. Porém, devido à essa evolução é possível comprá-lo com a mesma renda.”
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