Prefeito eleito nas
indiretas terá de resolver uma série de problemas causados pela crise política
O futuro prefeito de
Campinas, ao ser eleito nesta terça-feira (10) pela Câmara dos Vereadores, terá
pela frente, em um curto espaço de tempo, grandes desafios dentro do Palácio
dos Jequitibás.
Desde o ano passado a cidade
sofre com a instabilidade causada pela crise política que afetou inúmeros
setores da Administração pública, como as áreas de Saúde, Transporte, Urbanismo
e Planejamento.
Colocar o Município nos
trilhos novamente e trazer de volta investimentos que Campinas deixou de
receber nos últimos dez meses deverá ser a meta do novo chefe do Executivo. Ao
final deste ano, o novo administrador ainda precisa entregar a cidade sem
dívidas para o prefeito que a população vai eleger em outubro.
Desde que a crise política
se instalou em Campinas, no início de 2011, houve uma paralisação de serviços
básicos na cidade e uma insegurança no que diz respeito à aprovação de projetos
de lei e de propostas que contavam com o envolvimento direto dos ex-integrantes
do Executivo. O governo Hélio de Oliveira Santos (PDT) conseguiu viabilizar
convênios com recursos do governo federal que agora correm o risco de não serem
aplicados em função de erros em projetos e de tempo.
Hélio teve o seu mandato
cassado em agosto. Com a crise política instaurada, e sucessivas trocas de
comando no Palácio dos Jequitibás, praticamente todos os projetos são mantidos
em banho maria, à espera de uma definição política.
Na Saúde faltam médicos,
medicamentos, insumos básicos e manutenção nas unidades de atendimento.. Os
hospitais públicos estão superlotados e não existe uma previsão para que a área
se estabilize.
No setor de Transportes, o
Município está definindo o que pode ser feito em relação à licitação dos
radares de velocidade. Desde o mês passado os radares ficaram inoperantes com o
fim do contrato com o consórcio Campinas Segura. Após a abertura de um novo
pregão, a vencedora foi a empresa Engebras, que pertence ao consórcio
responsável anteriormente pelos serviços. A Câmara investigou no ano passado o
consórcio e existem suspeitas de irregularidades, como o direcionamento da
licitação. [INTERTITULO]
Imóveis
Um dos setores mais
atingidos pela crise política é o imobiliário. Desde que as denúncias
envolvendo o governo Hélio vieram à tona, o Ministério Público também passou a
investigar a liberação de obras na cidade. Houve uma série de embargos e vários
empreendimentos ainda estão congelados à espera de uma solução. Isso porque
durante a gestão pedetista as autorizações para construções foram concedidas
pelo poder público sem que houvesse um planejamento ou mesmo a garantia de
contrapartidas por parte das construtoras. O resultado é uma insegurança
jurídica que diminuiu os investimentos imobiliários. O MP tem acompanhado todos
os embargos e feito Termos de Ajuste de Conduta entre a Prefeitura e as
construtoras para que as obras sejam retomadas.
A crise também congelou os
projetos de planejamento da cidade, como os Planos Locais de Gestão (PLGs) das
macrozonas que aguardam desde o ano passado o encaminhamento para Câmara, onde
deverão ser votados pelos vereadores. As macrozonas são de extrema importância
para a cidade, uma vez que definem todas as vocações urbanísticas e determinam
como a cidade poderá crescer na próxima década.
Depois da cassação de Hélio
e do vice, Demétrio Vilagra (PT), outras preocupações dos moradores ganharam
força. O Centro permanece degradado e, nos últimos meses, houve ampliação no
número de usuários de drogas que se instalam na região central, o que aumentou
a insegurança da população. A cidade também padece com a falta de manutenção.
As ruas continuam esburacadas em algumas áreas e a limpeza urbana está
prejudicada. Os próximos oito meses serão de trabalho no poder público para que
a Campinas volte a se estabilizar e superar a crise política que assola o
município há um ano.
0 Comments:
Deixe o seu comentário. Agradecemos a sua visita