Após registrar queda da comercialização de imóveis residenciais novos em número de unidades e em Valor Global de Vendas (VGV) na cidade de São Paulo, em 2011, o Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, espera crescimento modesto na cifra total de vendas em 2012 e já considera a possibilidade que o volume apresente nova retração.
O total de imóveis residenciais novos a ser comercializado no maior mercado imobiliário do país, neste ano, é estimado de R$ 13,5 bilhões a R$ 14 bilhões pelo presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, ante os R$ 13,3 bilhões de 2011. O número de unidades dependerá do perfil dos empreendimentos lançados, podendo ficar abaixo do registrado no ano passado se confirmada a tendência de projetos de três ou quatro dormitórios, de acordo com Bernardes.
Em 2011, número de unidades vendidas na capital paulista caiu 21%, enquanto valor total teve queda de 15%
As projeções do Secovi-SP, divulgadas ontem, vão ao encontro da percepção do mercado de que, após alguns anos de expressivo crescimento, o setor imobiliário passa por período de acomodação. O setor ainda se beneficia da demanda superior à oferta de imóveis, do crescimento da renda e do crédito e da disponibilidade de financiamento habitacional, mas não se espera a euforia vivida, no mercado, entre a onda de abertura de capital das incorporadoras e 2010.
Os números referentes ao desempenho do mercado imobiliário paulistano, em 2011, deixam claro que parte da demanda reprimida já foi atendida com o expressivo volume de lançamentos dos últimos anos. Na cidade de São Paulo, as vendas de imóveis caíram 21% na comparação com 2010, para 28,3 mil unidades, menor patamar em cinco anos. O VGV comercializado, de R$ 13,3 bilhões, foi 15,2% menor que os R$ 15,7 bilhões do ano anterior. As quedas são expressivas mesmo quando se considera que 2010 foi um ano atípico, com recordes de lançamentos e vendas.
Na avaliação de Bernardes, o que mede o desempenho das empresas é o VGV comercializado, pois o volume vendido depende do perfil dos produtos. "O VGV de 2011 ficou acima da média anual de R$ 13,2 bilhões dos últimos anos", disse Bernardes. Já o número de unidades comercializadas caiu não só em relação a 2010, como quando comparado à média anual de 30,2 mil imóveis vendidos de 2004 a 2011.
Segundo o presidente do Secovi-SP, a diferença do ritmo de crescimento econômico do país em 2010 e 2011 contribuiu para a queda das vendas de imóveis na capital paulista no ano passado. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira teve expansão de 2,7% em 2011, ante 7,5% em 2010.
Em 2011, ressalta o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, o volume de lançamentos na cidade enquadrados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida foi inferior ao dos anos de 2009 e 2010, o que resultou em menos vendas desse perfil de produtos, contribuindo para a queda total da comercialização. A maior oferta de crédito imobiliário para imóveis usados foi outra razão para a queda da venda de unidades novas.
No ano passado, a velocidade de vendas anual foi de 57,2%, ante a média de 2004 a 2011 de 60,2%. Para 2012, a expectativa do Secovi-SP é de manutenção da velocidade de vendas de 2011.
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