REDE IMOBILIÁRIA QUER PARCERIA COM PREFEITURA

CAMPINAS - O empresário Antônio De Lucca Júnior é o novo presidente da Rede Imobiliária Campinas. Ele foi eleito em fevereiro, após o encerramento do mandato do advogado Rodrigo Coelho, sócio da DiMarzio Imóveis, que esteve à frente da Rede Imobiliária Campinas por quatro anos. O novo presidente fez uma avaliação do mercado de Imóveis em Campinas e deixou claro que quer inserir a Rede Imobiliária no âmbito das discussões de projetos imobiliários junto ao poder público.
Segundo ele, a entidade tem muito a colaborar com a administração municipal de Campinas, como no caso das macrozonas. O empresário afirma que, para o desenvolvimento do Mercado Imobiliário de Campinas, a definição das macrozonas é fundamental. 


"Tem que ser discutida o quanto antes a situação da macrozona, porque é o que inibe as outras empresas ou o próprio desenvolvimento de Campinas. É a incerteza de não saber se pode ou onde pode disponibilizar o seu negócio seja um pequeno comércio ou uma grande indústria. Tudo isso gera uma grande insatisfação daqueles que gostariam de investir muito na nossa cidade. Discutir isso será o principal passo para que as construtoras sintam segurança para investir na região", aponta. - Analisando o mercado, De Lucca acredita que esteja ocorrendo uma reação ao período de turbulências enfrentado principalmente no segundo semestre de 2011 face às instabilidades do cenário político municipal.
"A turbulência no cenário político municipal abrandou e as empresas do ramo de construção estão adaptadas à complexidade de aprovação dos empreendimentos, que com a atual situação demora um período muito mais longo", afirma. - Antônio De Lucca avaliou também o maior projeto social do governo federal, o "Minha Casa, Minha Vida", focado na redução do déficit habitacional do País e das submoradias.
Na opinião de Antonio De Lucca, o maior problema enfrentado pelo programa, com foco em famílias com rendimento de zero a três salários mínimos, é a questão da disponibilidade de terrenos em grandes centros urbanos. "Em uma cidade como Campinas é muito complicado obter terrenos ou projetos para o fim do Minha Casa, Minha Vida, que é de zero a três salários mínimos. Pelo valor que custa um produto em Campinas, é difícil encontrar alguém que venda ou um produto que se encaixe no valor a ser vendido, que é o VGV (Valor Geral de Vendas). Então, a dificuldade nos grandes centros não é a disponibilidade de dinheiro, mas as áreas, que são muito caras", diz.
No que se refere ao mercado de locação de imóveis, De Lucca destaca que Campinas registra dois períodos cíclicos de procura por imóveis para locação. No período de janeiro a março normalmente ocorre uma grande migração de estudantes que buscam imóveis de um ou dois dormitórios. É grande a procura, mas a oferta é pequena, ocasionando uma elevação do aluguel. Nos meses de junho, julho, agosto e setembro, o grande movimento decorre da vinda de expatriados trazidos ao Brasil e da transferência de profissionais vindos de outros centros devido aos projetos de alta tecnologia desenvolvidos na cidade. Tudo isso eleva ainda mais o potencial de renda per capita em Campinas, ocasionando um aquecimento no mercado de locação. - Segundo um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 5,4 milhões de brasileiros gastam mais de 30% do rendimento familiar com aluguel. Em Campinas, a procura, que tem crescido, contribui para o aumento dos preços.
"O que estimula o mercado é a procura. A busca por imóveis para locação é alta em Campinas, especialmente por apartamentos de um e dois dormitórios", aponta De Lucca. - Os imóveis com esse perfil estão em falta no mercado, o que contribui para a alta dos preços. "Quando analisamos os valores do aluguel de apartamentos maiores ou de casas, por exemplo, notamos que os preços estão estabilizados - porque a procura é menor", acredita.
Antônio De Luca destacou que o desenvolvimento registrado nas regiões do Ouro Verde e do Campo Grande, em Campinas, que concentram cerca de 50% da população da cidade, de 1,08 milhão de habitantes, provocou uma mudança no perfil das famílias que residem nessas áreas. - "Campinas melhorou muito nesses locais e aconteceu de surgirem muitos imóveis. Para se ter uma ideia do desenvolvimento dessas áreas, houve uma alta muito elevada, em torno de 70% nos valores dos imóveis. Hoje, esses valores estão estáveis. Regiões que antes atraíam poucas famílias de bom padrão financeiro mudaram, e hoje muitas dessas famílias começaram a migrar para esses locais. Tudo isso foi muito positivo para a cidade", destacou o novo presidente.
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