O Brasil passou do 4.º para o 2.º
lugar entre os países mais atraentes para os investimentos imobiliários
globais, segundo a 20.ª Pesquisa Anual dos Membros da Associação de
Investidores Estrangeiros em Imóveis (Afire, na sigla em inglês). A cidade de
São Paulo, no mesmo levantamento, passou do 26.º lugar para o 4.º lugar,
atrás apenas de Nova York, Londres e Washington. Confirmadas as expectativas
indicadas na pesquisa, os investidores imobiliários globais darão importante
contribuição para o balanço de pagamentos do País.
Investidores com aplicações
imobiliárias de US$ 874 bilhões - equivalentes a quase uma terça parte do
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro - foram consultados pela Afire,
entidade com sede em Washington, cuja pesquisa anual é considerada um
importante instrumento para a tomada de decisões sobre investimento em
imóveis nos principais centros econômicos.
Desde o início da década passada, ampliaram-se os investimentos imobiliários no Brasil, sobretudo em propriedades comerciais, como shopping centers, edifícios de escritórios de alto padrão e hotéis. Corporações imobiliárias multinacionais, como CBRichard Ellis, Cushman&Wakefield, Equity International, Jonas Lang LaSalle, Tishman Speyer e Colliers International ampliaram sua atuação no Brasil.
No setor residencial, a Sotheby's
International Realty ingressou na corretagem, enquanto investidores de menor
porte, em geral provenientes da Espanha e Portugal, estão prospectando áreas
no Nordeste para construir condomínios. Em São Paulo e no Rio, investidores
globais atuam, seja diretamente, como faz o grupo canadense Brookfield
(ex-Brascan), seja mediante a aquisição de participações acionária em
construtoras e incorporadoras com ações negociadas em Bolsa. O maior grupo hoteleiro
do mundo, o norte-americano Wyndham, acaba de ingressar no mercado paulistano
e pretende investir R$ 460 milhões no País, até 2014.
O fortalecimento da posição do Brasil ainda não ameaça a liderança dos Estados Unidos, que continuam sendo o país mais atrativo do mundo para os investimentos imobiliários, dadas as dimensões da economia norte-americana e a existência de um forte mercado interno. Mas o porcentual dos investidores que preferem os Estados Unidos para investir em imóveis caiu de 64% para 42%, em um ano - e o Brasil foi o maior beneficiário: 18,6% dos entrevistados já consideram que o País oferece as melhores oportunidades de retorno.
No Brasil, os preços dos imóveis
subiram muito nos últimos anos, mas, em média, ainda são inferiores aos dos EUA
e da Europa. Além disso, "o Brasil passou a ser considerado um lugar
muito mais seguro para investir e um local onde se consegue uma boa
valorização do capital", enfatizou o CEO da Afire, James Fetgatter.
Assim, o Brasil superou a China na lista das preferências dos investidores
globais, além de confirmar o primeiro lugar entre os países emergentes mais
atraentes para os aplicadores.
São Paulo é um caso à parte. O mercado imobiliário da cidade superou, em atratividade, o de todas as capitais dos países da zona do euro e dos demais países Brics. Deixou para trás cidades que sempre se destacaram pela atração de investidores imobiliários, como São Francisco e Frankfurt. Comparativamente, a atratividade de São Paulo aumentou em contraste com a diminuição da confiança dos investidores na recuperação econômica dos países desenvolvidos, notou a presidente do conselho da Afire, Barbara Knoflach.
Para o investidor estrangeiro, o
investimento imobiliário no Brasil oferece vantagens em relação ao de outros
países, tais como a segurança jurídica da propriedade, a redução dos custos
de transação e a introdução de instrumentos inovadores no negócio, como a
alienação fiduciária de bem imóvel e o patrimônio de afetação.
Mas, acima de tudo, os investidores
que escolheram o Brasil como um mercado muito atrativo não acreditam que
exista aqui o risco de formação de uma bolha imobiliária.
|
IMÓVEIS ATRAEM CAPITAIS
Tags:
informação
0 Comments:
Deixe o seu comentário. Agradecemos a sua visita