Profissionais do mercado imobiliário ajudam consumidor a evitar transtornos, atitude que requer paciência e atenção.
A carioca Rafaela Prado, de 29 anos, vive uma série de transtornos desde que comprou, há um ano, o apartamento onde mora no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Com direito a garagem segundo a escritura do imóvel, ela tem de estacionar seu automóvel na rua: "Ao me mudar, descobri que a vaga não existe. E meu carro não tem seguro". Dezoito das 40 unidades do empreendimento têm previsão de garagem, mas há espaço para apenas cinco veículos.
Antes de fechar o negócio, Rafaela alega ter sido informada pela antiga proprietária de que o condomínio arcaria com as despesas de um estacionamento particular caso necessário.
"Confirmei com a síndica, mas, até me mudar, ela saiu. E o atual síndico diz que isso não é problema do edifício." Sem sucesso, agora ela pretende recorrer à Justiça. "Se soubesse de tudo, não compraria pelo valor que paguei", confessa a carioca, que é jornalista.
Ela ainda tem de contribuir para o pagamento de uma reforma estrutural do prédio avaliada em cerca de R$ 40 mil. "Disseram que o condomínio era baratinho, mas estou pagando uma cota extra de quase R$ 400." Rafaela também não sabia do problema quando adquiriu o imóvel.
Com mais cuidados, a jovem poderia ter evitado tantos aborrecimentos. "A pessoa não pode se precipitar. Se ela vai fazer um investimento que se presume ser o da sua vida, não dá para comprar por impulso", diz Antonio Lopes, diretor comercial da empresa avaliadora de bens Hilco Appraisal. Antes da aquisição, ele recomenda visitar o imóvel em diferentes dias e condições. "É importante também conversar com moradores (para saber mais sobre a situação do edifício), estudar a vizinhança", diz.
Para a diretora comercial da imobiliária Lello , Roseli Hernandes, o comprador deve ter claras as necessidades pessoais na avaliação prévia. Levar em conta a localização e o perfil do imóvel, as comodidades do condomínio e até a empatia com os ambientes da edificação são essenciais, segundo ela. Roseli ainda recomenda que o consumidor procure auxílio de corretores. "O assunto venda é delicado e exige profissionalização."
Empresas que oferecem crédito imobiliário também podem ajudar. Antes da aprovação do financiamento, elas estudam a condição dos compradores, dos vendedores e do imóvel. "A avaliação completa do imóvel segue uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e decide se ele tem condições de habitabilidade", diz o diretor de operações da Credipronto, Bruno Gama. O laudo é dado após visita técnica na unidade em transação entre as partes.
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, considera importante o cuidado com a documentação. "Que m vai comprar um imóvel deve tirar certidões cíveis e criminais em âmbitos estadual e federal." Para ele, a análise deve ser feita tanto para o vendedor quanto para o imóvel. "A intermediação é repleta de detalhes com grande complexidade."
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