"A apuração definitiva dos orçamentos de empreendimentos só é possível com a aproximação da entrega das unidades", diz a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), ao explicar por que o ajuste de custo R$ 141 milhões, principalmente de projetos lançados entre 2007 e 2008, só foi reconhecido no segundo trimestre deste ano.
"É somente nesse estágio que as construtoras, neste caso terceirizadas, conseguem concluir os levantamentos e identificar custos adicionais", afirmou a CCDI, em resposta por e-mail, destacando que a expansão forte do setor nos últimos anos provocou alta nos custos e escassez de mão de obra e equipamentos.
Como só agora teve conhecimento sobre a ocorrência desses desvios, a companhia, que viu sua margem bruta cair de 20,8% positivos para 21% negativos de um trimestre para o outro, sustenta que não houve erro nos balanços anteriores.
Questionada sobre o risco de haver novos ajustes quando se aproximar a data da entrega de empreendimentos mais recentes, a CCDI afirmou que "a revisão de custos realizada é definitiva" e que os desvios ocorreram somente nas obras terceirizadas, que estão sendo reduzidas.
Ainda segundo ele, com as atualizações de orçamentos feitas mensalmente e com a previsão de aumento de custos acima do INCC - já estimados para novos projetos desde 2010 -, há mais segurança sobre os custos e margens da empresa no futuro. Assim, a companhia projeta que vai retomar os níveis históricos de margem já no ano que vem.
O que não se pode fazer, diz ele, é ver um desvio de orçamento ocorrer e virar "torcedor", na expectativa de que a margem se recupere. "Se há uma diferença, você mede, reconhece no resultado e, se conseguir corrigir, volta a margem lá na frente."
Segundo Rubens Menin, presidente da MRV, o ajuste feito pela companhia no fim do ano passado, quando sua margem bruta caiu de 35,6% para 27,2% do terceiro para o quarto trimestre, não teve como motivo o estouro de orçamento de obras na fase de entrega. "Isso não ocorre porque fazemos o mesmo produto há 32 anos. É muito mais fácil", afirma o executivo, ao comparar seu modelo de negócio com o de empresas que atuam no segmento de média e alta renda.
Segundo ele, a empresa optou por uma "correção prévia" com base na projeção de aumento de custo de mão de obra em 2011. Ele diz que a companhia tem acompanhamento online dos empreendimentos e destaca que seu ciclo de obras leva 14 meses, bem abaixo da média do setor.
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